quinta-feira, 28 de julho de 2011

Amor Um pouco de ti

Voltas como um passaro que regressa ao seu ninho e me aconchegas nos teus bracos com a mesma seguranca de sempre, e eu menina que fui e agora mulher que sou nao sinto mais esse aconchego vindo de ti.
Amar te em tempos foi tudo o quanto bastou para ser feliz, hoje procuro mais que amor, e esperei por ti durante 3 anos que pensei que nao fosses jamais voltar, mas estas aqui...

E o teu corpo tem o mesmo cheiro, e a tua pele a mesma cor mas o teu coracao mudou e eu mudei, e as circunstancias da vida tambem mudaram, porque `e que as coisas nao podem voltar a ser como eram?

Ao verdadeiro amor

As paixões passam e as ilusões desaparecem, mas o verdadeiro amor jamais morre. A cada dia, a cada sorriso e a cada abraço você se sente mais fortalecido. Quando se percebe realmente amando, você muda completamente. Parece que a felicidade te invade por todos os lados.
O verdadeiro amor é construído com o tempo e em bases sólidas, cheias de certezas e carinhos um pelo outro. Pode ir surgindo do nada, nascido de um sorriso bobo e se edificar aos poucos. Devagar você vai conhecendo a outra pessoa, se aproximando cada vez mais e quer estar sempre ao lado dela. Algo puro e envolvente te invade. Estar ao lado de alguém sem receios é um dos grandes encantos que a vida nos oferece.
A certa altura os dois já não conseguem disfarçar a alegria por estarem juntos. Quando se encontram só conseguem se olhar. Quando estão distantes sentem falta um do outro, mas o verdadeiro amor faz com que, nesses momentos, a pessoa se sinta ainda mais fortalecida, pois a distância mostra que, quando se ama, se confia. Quando chega a hora do reencontro, os dois se sentem muito mais unidos.
Quando se percebe amando as palavras às vezes se tornam desnecessárias: basta um olhar, um sorriso, uma acolhida. Enfim, basta o interesse mútuo, que é traduzido em paz, alegria, harmonia.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O medo do Amor


Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.

E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.

Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.

Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.
Martha Medeiros

Ternura

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Vinícius de Moraes

ARTE DE AMAR


Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Manuel Bandeira

De noite em meu quarto

De noite em meu quarto,
Desligo as luzes e vou deitar
Mas antes de dormir paro pra refletir;
Como foi meu dia,
Em que eu errei,
O que eu repetirei amanhã,
O que eu jamais farei...
Quando bate a tristeza
Fecho os olhos e tento chorar,
Mas as lágrimas não caem,
Talvez porque eu não seja corajosa o suficiente;
E fui capaz de certas coisas que eu NÃO queria fazer,
Então não tinha razão pra eu me entristecer...
Fico pensando se tem algo que justifique minha vida,
Eu vou contando as horas,
Ouvindo passos,
Quase entro em desespero,
E acabo adormecendo;
Mas lembro que nisso tudo algo faz sentido
Se isso realmente aconteceu comigo,
Algo terei de extrair disso,
Nunca mais repetirei este erro,
Se me faz tanto sofrer
Quem sabe alguma noite
Eu perco o sono e choro;
Compensarei-me na outra noite
Quando parar pra refletir,
E tranqüila dormir,
E no outro dia
Tudo repetir.